sexta-feira, maio 26, 2006

presa à tua mão ...




queria deitar-me, presa à tua mão
sentir o teu abraço,
o toque inconfundível
dos teus sentidos nos meus

a saudade que me toca
não é só de ti,
é da falta do teu olhar
e das palavras com fervor

o frio, toma conta do meu corpo
volto-me para o tempo passado,
já é tarde, para ver as estrelas
e a nostalgia, corrói o coração

mudemos para ser quem fomos
e voltar a sentir
o amor que ainda nos une,
vamos ganhar tempo ao tempo
dessa sede que não passa

o caminho, não acaba
imprimo os teus passos
e deixo que me percorram
como um hímen, na memória
dum desejo que corre nas veias

tudo é possível
no vazio da minha pele!


l.maltez







sábado, maio 20, 2006

apenas um toque ...



ouvi a tua voz
do outro lado do corpo
gota a gota escutava
a chuva,
vibrava
como uma melodia
misturada na tua voz
como o sonho rutilante
sobre o silêncio.
no momento, inesperada
bebia-a dos teus lábios
até me embriagar.
no vazio do quarto
o som de violinos
pareciam repercutir
numa conivência
entre mim e a realidade,
estavas em mim
sentia o instante
no sossego das palavras
suspensas em gestos
onde as imagens
se difundiam
sei que pedia ajuda
via o teu rosto
brotar nas sombras

mas dormias,
dormias e sonhavas
muito longe de mim...


l.maltez

quinta-feira, maio 11, 2006

certezas...



entraste no meu corpo
enrolaste-o ao teu
tocaste no meu coração
deixei-te ver a minha alma,
transformaste os meus dias
em tons de azul
fizeste-me sentir de novo
o chilrear dos pássaros
na janela do quarto.
no jardim as rosas
transformaram-se de várias cores
a vida sorriu de novo
fomos desejo,
paixão,
cumplicidade,
amor num só,
sentimento dentro de emoções,
fomos únicos.
vestimos as marés de sonhos
em gostos e imagens
fomos o mito
a sombra um do outro
entre as certezas
dos nossos silêncios
e magia de momentos vividos.
percorreste os meus segredos
embriagado em sorrisos
e inventamos palavras
nossas,
imaginando o brilho
da lua
ou o som do mar
a cantar em cada onda.

entraste no meu corpo
e não te deixarei sair...

l.maltez

quarta-feira, maio 03, 2006

vida ...


o dia chegou puro.
os olhares falavam num silêncio
onde as palavras tinham todas um nome
e a eternidade se fechava sobre um corpo
parado nas águas, entre os espaços
para assistirem ao nascimento das árvores

o grito do verão ressoava entre formas mudas,
delicadas, impregnadas de delírios imaginários.
alguém parte o silêncio e o transforma
em sons vergados, sensíveis às palavras vivas,
atrás fica uma vida, remexida desabaladamente
numa leveza, estrangulada entre dedos

olhares bailam enfeitiçados sobre as áscuas...

murmuram ao longe, frases ríspidas e frias
o vento arrasta soprando as vozes em pedaços,
agarrando a vida, que deseja invencível
lento, leve e moroso deixa respirar o dia.
mergulha na alegria suplicante da voz
onde ardem, na alma, chamas de desejo
assumido num jogo de amor único

escapa-se o pensamento, afunda-se
dentro da paixão voraz,
espelhada no sorriso dum peito aberto
o fio liga a veia, no abraço da morte
triunfante, a festa tornou-se imortal,
sufoca de júbilo,
entre palavras que passam a correr

o momento, amadurece na terra
cativo do nome que persegue...


l.maltez

  o teu sorriso no esplendor de uma suave explosão chega a mim o teu sorriso. aflui com emoção e calor, como sonhos mesclados nos en...